Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já não me dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.
“Nem tudo é dias de sol,
e a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso, tomo a infelicidade como a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies,
E que haja rochedos e erva...
O que é preciso é ser-se natural e calmo,
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja”.
(Fernando Pessoa)
Nenhum comentário:
Postar um comentário