Sinto que tudo em mim se reorganiza, silenciosamente, o tempo todo.
Que isso tem mais a ver com o meu olhar, com a natureza das sementes que rego, do que eu possa perceber.
Minha
expectativa, tantas vezes ansiosa, de que as coisas sejam diferentes,
dá lugar à certeza tranqüila de que, naquele momento, tudo está onde
pode estar. Em vez de sofrer pelas modificações que ainda não consigo,
eu me sinto grata pelas mudanças que já realizei.
E relaxo.
Quando a minha mente está calma, eu acesso uma clareza que me permite sentir, com mais nitidez, que há uma sabedoria que abraça todas as coisas.
Quando a minha mente está calma, eu acesso uma clareza que me permite sentir, com mais nitidez, que há uma sabedoria que abraça todas as coisas.
Que
o tempo tem uma habilidade singular para reinventar nosso roteiro com a
gente, toda vez que redefinimos o que, de verdade, nos importa.
Que há um contentamento perene no nosso coração.
Um espaço de alimento amoroso.
Uma
fonte que buscamos raras vezes, acostumados a imaginar a felicidade
somente fora de nós e a deslocá-la para distâncias onde não estamos.
Quando a minha mente está calma, os sentidos se expandem e me permitem refinar sensações e sentimentos.
Quando a minha mente está calma, os sentidos se expandem e me permitem refinar sensações e sentimentos.
Posso saborear mais detalhes do banquete que está sempre disponível, mesmo quando eu não o percebo.
Nesse lugar de calma e clareza, não há nada a desejar.
Nada a esperar.
Nada a buscar.
Nenhum lugar onde ir.
Eu
me sinto sentada sob a sombra de uma árvore generosa, numa tarde azul
sem pressa, os pássaros bordando o céu com o seu balé harmonioso.
O meu coração é pleno, nenhuma fome.
Plenitude
não é extensão nem permanência: é quando a vida cabe no instante
presente, sem aperto, e a gente desfruta o conforto de não sentir falta
de nada."
- Ana Jácomo
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