Aprende
a tranqüilidade, meu irmão. Cultiva a paz e o silêncio. Tesouros
imensos serão teus, se aprenderes a quietude criadora, se souberes e
puderes gozar os gozos do sábio ocioso, sentado à sombra do eucalipto,
se imitares o vento quando pára de soprar por não querer quebrar o
encanto com que a lua se deita sobre o rio quase parado.
Vou contar-te outra história.
Estiara
a chuva e as estrelas foram devolvidas ao céu. Andava eu solitário a
gozar o friozinho que fazia. Foi então que escutei uma estrela a dizer a
uma poça d'água
- “Está bem. Eu fico contigo, mas só enquanto tu ficares tranqüila”.
Ao ruído de fora, responde com teu silêncio e ele, comovido, reverente, convencer-se-á de que ele deve calar-se.
Algumas nuvem, as mais baixas, beijando os campos, trazem fertilidade às searas, despejando sobre eles aquilo que são: a chuva.
Outras,
as mais altas, diáfanas e distantes, tocando os corações sensíveis,
trazem fertilidade aos místicos, fazendo explodir o que realmente elas
são: beatitude.
Eu vi uma vez um homem no lixo e senti vergonha de ser homem.
Hermógenes, trechos do livro Silêncio, Tranqüilidade e Luz.
foto própria.
foto própria.
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