É na simplicidade que se encontra o essencial..
Um lindo texto de Ana Jácomo para nossa reflexão,
sobre o que verdadeiramente preenche nossa alma..
“Tenho aprendido com o tempo que a felicidade vibra na frequência das coisas mais simples.
Que o que amacia a vida, acende o riso, convida a alma para brincar, são essas imensas
coisas pequeninas bordadas
com fios de luz no tecido áspero do cotidiano…
… Com o toque bom do sol quando pousa na pele.
… A solidão que é encontro.
… A lua quando o olhar é grande.
… A doçura contente de um cafuné sem pressa.
… Os instantes que repousamos os olhos em olhos amados.
… O poema que parece que fomos nós que escrevemos.
… A força da areia molhada sob os pés descalços.
… O sono relaxado que põe tudo para dormir.
… A presença da intimidade legítima.
… A música que nos faz subir de oitava.
… A delicadeza desenhada de improviso.
… O banho bom que reinventa o corpo.
… O cheiro de terra.
… O cheiro de chuva.
… O cheiro do tempero de feijão da infância.
… O cheiro de quem se gosta.
… O acorde daquela risada que acorda tudo na gente.
… Essas coisas…
… Outras coisas.
… Todas, simples assim.
Tenho aprendido com o tempo que a mediocridade é um pântano habitado por medos famintos,
ávidos por devorar o brilho dos olhos e a singularidade da alma.
… Que grande parte daquilo que juramos acreditar pode ser somente crença alheia
que a gente não passou a limpo.
… Que pode haver algum conforto no acordo tácito da hipocrisia, mas ele não faz a vida cantar.
…Que se não tivermos um olhar atento e generoso para os nossos sentimentos,
podemos passar uma jornada inteira
sem entrar em contato com o que realmente nos importa.
…
...Que aquilo que, de fato, nos importa, pode não importar a mais ninguém
e isso não tem importância alguma.
… Que enquanto não nos conhecermos pelo menos um pouquinho, rabiscaremos cadernos e cadernos
sem escrever coisa alguma que tenha significado para nós.
Tenho aprendido com o tempo que quando julgamos, falamos mais de nós do que do outro.
… Que a maledicência acontece quando o coração está com mau hálito.
… Que o respeito é virtude das almas elegantes.
… Que a empatia nasce do contato íntimo com as nuances da nossa própria humanidade.
… Que entre o que o outro diz e o que ouvimos existem pontes ou abismos,
construídos ou cavados pela história que é dele e pela história que é nossa.
… Que o egoísmo fala quando o medo abafa a voz do amor.
… Que a carência se revela quando a autoestima está machucada.
… Que a culpa é um veneno corrosivo que geralmente as pessoas não gostam de ingerir sozinhas.
… Que a sala de aula é a experiência particular e intransferível de cada um.
Tenho aprendido com o tempo coisas que somente com o tempo a gente começa a aprender. …
Que o encontro amoroso, para ser saudável, não deve implicar subtração: deve ser soma.
… Que há que se ter metas claras mas, paradoxalmente, como alguém me disse um dia, liberdade é não esperar coisa alguma.
… Que a espontaneidade e a admiração são os adubos naturais que
fazem as relações florescerem.
… Que olhar para o nosso medo, conversar com ele, enchê-lo de cuidado amoroso
quando ele nos incomoda mais, levá-lo para passear e pegar sol,
é um caminho bacana para evitar que ele nos contraia a alma.
Tenho aprendido que se nos olharmos mais nos olhos uns dos outros do que temos feito,
talvez possamos nos compreender melhor,
sem precisar de muitas palavras.
… Que uma coisa vale para todo mundo: apesar do que os gestos às vezes possam aparentar dizer,
cada pessoa, com mais ou menos embaraço, carrega consigo um profundo anseio por amor.
E, possivelmente, andará em círculo, cruzará desertos, experimentará fomes, elegerá algozes,
posará de vítima para várias fotos, pulará de uma ilusão a outra, brincará de esconde-esconde com a vida,
até descobrir onde o tempo todo ele está.”
Obrigada Senhor, por mais um dia!
Uma semana abençoada a todos , com toda Simplicidade e Luz!
Adorei.. Muito bom!
ResponderExcluirBoa semana abençoada p nós!!! :-)
Amém!! :)
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