Não ser é o único modo de realmente ser. Por isso não concordo com Shakespeare, para quem ser ou não ser é a questão.
Não é uma questão, pois não ser é o único jeito de ser!
Quando desaparece como ego, você se torna vasto, começa a experimentar êxtases oceânicos, ilimitados.
Mas somos apegados demais à mente, que é uma coisa minúscula, um pequeno biocomputador. E somos apegados demais ao corpo, identificados demais com ele. Ele é apenas uma pequena cabana. Viva nele, mantenha-o limpo, bonito. Use seu biocomputador, cuide dele como deve cuidar de qualquer mecanismo - e o corpo é um mecanismo muito sutil e delicado -, mas não se identifique com essas coisas.
É como se um motorista se identificasse com o carro. Claro que ele está no carro, dentro do carro, mas não é o carro.
É isto que fazemos:identificamo-nos com o mecanismo em que vivemos.
E essa identificação cria a ideia do ego: “Sou o corpo, sou a mente; sou cristão, sou hindu; sou branco, sou negro; sou isso, sou aquilo...” Todas essas coisas nada mais são que identificações.
A meditação significa não se identificar, apenas lembrar: “Sou apenas consciência, sou um alerta, uma percepção, uma testemunha”.
Nesse testemunho o ego se dissolve, e a dissolução do ego é a maior das revoluções. De repente você é transportado de um mundo pequeno, feio, para o vasto e belo, do tempo para a eternidade, da morte para a imortalidade.
Osho, em "Meditações Para a Noite"
Imagem por Dan Holtmeyer
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