O poder da Alma.. Poder Infinito, revigora-me! No meu ser real sou forte, feliz e serena! "Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração!" Jeremias 29:13 Valéria..Lela..Val
sexta-feira, 27 de abril de 2012
O silêncio da indiferença...
Silêncio é um muro de pedra escura
e em espirais, como serpente.
Sempre parado, impenetrável,
sempre ele foi, silêncio frio,
longe, distante... casa sem teto!
Jogam-se os homens,
de corpo e alma, contra este muro
só de negrume, só de dureza...
E é assim que morrem.
Corpos e almas mortos, quebrados,
jazem por terra junto da pedra,
da pedra fria deste silêncio.
Serei um deles?
Existe um silêncio que não diz mesmo palavra:
alguma, nem afirmativa nem negativa. Sua
natureza, entretanto, é negar o que crê, negar tudo.
Quantas pessoas, através dos séculos, entraram
neste silêncio! Estes não chegaram a prestar "falso
testemunho"... mas simplesmente se fecharam no
silêncio da negação. Estiveram diante dos que os
interrogavam e não disseram nada. Simplesmente
ficaram lá, como testemunhas mudas de uma
negação trágica.
Talvez tenham ecoado, aos ouvidos dessas pessoas,
as palavras de Cristo: "Quem me negar diante dos
homens, também eu o negarei diante de meu Pai"...
Será que esses "seres calados" entendiam o que
estavam fazendo? Quando se olha para o decurso da
história, nota-se que houve mesmo, através dela,
muitos "silêncios" desse tipo: o mutismo que não
refuta, que não nega o erro, que transforma o
homem em pedra! Pedro renegou Jesus Cristo três
vezes, mas, depois, quando o galo cantou pela
terceira vez, saiu para fora do pátio e chorou
amargamente. Será que estas pessoas, as do
silêncio indiferente, nunca escutam o canto do galo?
Silêncio e reparação
Meu coração e eu com ele hoje aprendemos uma lição:
-a do silêncio.
Levamos tempo — e quanto tempo! —
para entender que este silêncio
é a grande porta do grande reino da Senhora Dor.
Levamos tempo para entender que existem pátios e escadarias,
torres sem fim, neste domínio da Dama Dor.
Levamos tempo para entender que eu e minh’alma, enquanto vamos sempre crescendo, acabaremos por entender, com lentidão
mas firmemente (porque ainda somos muito pequenos e ainda não
bastante sábios nos trilhos todos que têm a dor, que têm o amor...),
acabaremos por aprender a passar horas em cada pátio...
a subir firmes cada degrau de cada escada.
Até que entremos por estas torres, por estes quartos, sem perder um...
E aí fiquemos em cada um, até que todos os aposentos
tenham mostrado ao coração e à minha vida sua lição,
lição de dor, sua canção, canção de amor.
Depois, então, talvez, um dia, (quando será?...) meu coração,
e eu com ele, encontraremos a derradeira, a última escada
que irá levar-nos ao êxtase final daquela morte que dá princípio
à nova vida que não termina, pois é delícia de eterno gozo.
Mas isto espera, porque nós resta muito a aprender neste sofrer,
muito a esperar... Muito a esconder de toda gente,
na realidade de que vivemos em dois domínios: um que é da terra,
e outro que é da Senhora Dor.
Somos tão lentos, meu coração e eu também, para aprender
qualquer verdade... Ambos, contudo, hoje aprendemos
a arte suprema deste silêncio dentro da dor.
Nós aprendemos que a pele lisa de uma gazela lhe aperta o corpo!
Isto é que aumenta o sofrimento cem vezes mais.
Mas, o silêncio devo mantê-lo.
Nós o tentamos, com duro esforço, quando, hoje, fomos crucificados.
Hoje sabemos que a dor nascida de um grande amor
é como chama que nos conduz bem para dentro do coração
da Senhora Dor.
E, lá no fundo, nos faz cair no imenso abismo
da paz sem fim que, novamente, nos faz voltar ao coração
da Senhora Dor.
Mas o silêncio... ah, quanta coisa hoje ensinou-nos!
Nós aprendemos que deve o amor
seguir, em frente sem nunca olhar
preço nem custo.. exatamente
o preço e ó custo que nós pagamos
neste silêncio, nesta alegria,
mesmo submersos no coração
da Senhora Dor. ..
-Catherine De Hueck Doherty
O Silencio De Deus (Molchanie)
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