segunda-feira, 23 de setembro de 2013

As Párabolas de Gibran..Um mundo de encantamento..

   
 ..Permite apreciar a beleza dessas parábolas de Gibran a Parábola das Violetas  que aqui transcrevemos e que representa o drama do homem desafiado a escolher entre a humildade (e a segurança que geralmente a acompanha) e a glória (e os perigos aos quais nos expõe).

 Das Rosas e das Violetas..
" Havia num bosque isolado uma bonita violeta que vivia satisfeita entre suas companheiras.
 Certa manhã, levantou a cabeça e viu uma rosa que se balançava  acima dela, radiante e orgulhosa.
  Gemeu a violeta, dizendo: "Pouca sorte tenho eu entre as flores! Humilde é o meu destino! Vivo pegada à terra , e não posso levantar a  face para o sol como fazem as rosas".
  A Natureza ouviu, e disse à violeta: "Que te aconteceu, filhinha?
As vãs ambições apoderaram -se de ti?"
 -Suplico te o Mãe Poderosa, disse a violeta. Transforma-me em rosa, por um dia só que seja.
  -Tu não sabes o que estás pedindo, retrucou a Natureza. Ignoras o que se esconde de  infortúnios atrás das aparentes grandezas.
  -Transforma me numa rosa esbelta e alta, insistiu a violeta. E  tudo o que me acontecer será a consequência dos meu s próprios desejos e aspirações.
  A Natureza estendeu sua mão mágica, e a violeta tornou se uma rosa suntuosa.
  Na tarde daquele dia, o céu escureceu-se, e os  ventose a chuva devastaram o bosque. As árvores e as rosas foram abatidas. Somente as humildes violetas escaparem ao massacre. E uma delas, olhando em volta de si, gritou às suas companheiras : " Hei, vejam, o que a tempestade fez das grandes plantas que se levantavam com orgulho e impertinência".
  Disse outra: "Nós nos apegamos à terra; mas escapamos à fúria dos furacoes." 


  Disse uma terceira: "Somos pequenas e humildes, mas as tempestades nada podem contra nós."
  Então a rainha das violetas viu a rosa que tinha sido violentada, estendida no chão como morta, E disse:
  -Vejam e meditem, minhas filhas, sobre a sorte da violeta que as ambições iludiram. Que seu infortúnio lhes sirva de exemplo!
  Ouvindo essas palavras, a rosa agonizante estremeceu e , apelando para todas as suas forças, disse com sua voz entrecortada: 
  "Ouvi, vós , ignorantes, satisfeitas, covardes. Ontem, eu era como vós, humilde e segura. Mas a satisfação que me protegia também me limitava. Podia continuar a viver como vós, pegada à terra, até que o inverno me envolvesse em sua neve e me levasse para o silêncio eterno sem que soubesse dos segredos e glórias da vida mais do que as inúmeras gerações de violetas, desde que houve violetas.
  Mas escutei no silêncio da noite e ouvi o mundo superior dizer a este mundo: "O Alvo da vida é atingir o que há além da vida." Pedi então a Natureza--que nada mais é do que a exteriorização de nossos sonhos invisíveis-- transformar-me em rosa. E a Natureza acedeu ao meu desejo. 
  Vivi uma hora como rosa. Vivi uma hora como rainha. Vivi o mundo pelos olhos das rosas. Ouvi a melodia do éter com o ouvido das rosas. Acariciei a luz dom as pétalas das rosas. Pode alguma de vós vangloriar-se de tal honra?
  Morro agora, levando na alma o que nenhuma alma de violeta jamais experimentara. Morro, sabendo o que há atrás dos horizontes estreitos onde nascera. É esse o alvo da vida.

(Toda obra de Gibran Khalil  traduzida e apresentada por Mansour Challita)


     Obrigada Senhor, por mais um dia!
       Uma semana abençoada a todos!
                        Luz e Paz!
  

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