terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Soneto da fidelidade..


De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento..

 Quero vivê-lo em cada vão momento 
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto 
Ao seu pesar ou seu contentamento..


 

     E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

 


 - Vinicius de Moraes

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