quarta-feira, 14 de março de 2012

Silêncio, Tranquilidade e Luz - Hermógenes


Aprende a tranqüilidade, meu irmão. Cultiva a paz e o silêncio. Tesouros imensos serão teus, se aprenderes a quietude criadora, se souberes e puderes gozar os gozos do sábio ocioso, sentado à sombra do eucalipto, se imitares o vento quando pára de soprar por não querer quebrar o encanto com que a lua se deita sobre o rio quase parado.
Vou contar-te outra história.
Estiara a chuva e as estrelas foram devolvidas ao céu. Andava eu solitário a gozar o    friozinho que fazia. Foi então que escutei uma estrela a dizer a uma poça d'água
- “Está bem. Eu fico contigo, mas só enquanto tu ficares tranqüila”.


Ao ruído de fora, responde com teu silêncio e ele, comovido, reverente, convencer-se-á de que ele deve calar-se.
Algumas nuvem, as mais baixas, beijando os campos, trazem fertilidade às searas, despejando sobre eles aquilo que são: a chuva.
Outras, as mais altas, diáfanas e distantes, tocando os corações sensíveis, trazem fertilidade aos místicos, fazendo explodir o que realmente elas são: beatitude.


Eu vi uma vez um homem no lixo e senti vergonha de ser homem.

Hermógenes, trechos do livro Silêncio, Tranqüilidade e Luz.

   foto própria.


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